Pular para o conteúdo principal

BARBEADO E PEYOT (COSTELETAS).



Cortar a Barba, a Pele e Fazer Tatuagem Conforme Escrituras.
O Significado Real de Levítico 19:27-28


Traduzido Por: Pablo Lamunier Azevedo Mesquita
Pseudo: Sha’UL Lamunier Ben YaHWdah
Teólogo YaHWd Netzari - Graduado pelo CATES - Centro
Avançado de Teologia Ensinando de Sião, Filiado ao MJBI – Messianic Jewish Bible Institute e ao NetivYaH Bible instruction Ministry - YaHWshalayim.


Em Levítico 19:27-28 ordena-nos:
"Não cortareis em redondo a borda de vossas cabeças nem danificareis a ponta de vossa barba. Não fareis incisões em vosso corpo por um morto, nem fareis em vocês tatuagens. Eu, YHWH”.

Estes dois versículos proíbem que façamos quatro tipos de cortes:
1) Corte de cabelo da cabeça.
2) Corte de cabelo do rosto ou barba.
3) Corte no corpo.
4) Inscrição de signo algum no corpo.
O que proíbem expressamente estes quatro mandamentos? Exige que deixemos crescer as costeletas ao estilo Elvis? Ou "deixar" ao estilo Rabínico? Para entender estes quatro mandamentos, devemos considerar; o significado das palavras em seu contexto imediato bem como no mais amplo contexto do Tanach, e no do mundo antigo no que a Torah foi dada.
Comecemos com o primeiro mandamento da série, cortar arredondada a borda da cabeça de alguém. Cortar arredondado a borda da cabeça não significa cortar a cabeça e sim cortar o cabelo que está sobre a cabeça. Proíbe especificamente cortar arredondado o "Pe'ah" de vossa cabeça. “Pe'ah traduz-se com freqüência como esquina ou margem, mas realmente tem o significado de lado" ou "borda". Este sempre é o significado da palavra Pe'ah em partes de passagens ao longo do Tanach como, por exemplo, em Ex 26:20 "E para o segundo lado do Tabernáculo, no lado (Pe'ah) do norte, farás vinte tabelas", e de novo "Do lado (Pe'ah) do ocidente, o Mar Grande, desde a fronteira até defronte da entrada de Hamat; este será o lado (Pe'ah) ocidental." (Eze 47:20).
"Cortar arredondado a borda de tua cabeça" significa cortar o cabelo ao redor ou dos lados da cabeça. Muitos exegetas associam isto com o corte de cuenco (tigela) "pagão". Um corte de cuenco era um antigo corte de cabelo com significado pagão que se realizava pondo um cuenco redondo sobre a cabeça e cortando todo o cabelo que ficava exposto ao exterior.
No entanto, quando a proibição de se cortar o cabelo se repete em Dt 14:1-2 lemos:
"... não vos fareis incisões nem vos rapareis calvície entre os olhos por causa de um morto". Já que a maior parte de nós não tem cabelo digno de menção "entre os olhos", esta frase é normalmente entendida com o significado de cabelo na frente, sobre os olhos. Tendo isto presente, aprendemos duas coisas de Dt 14. Em primeiro lugar, vemos que a proibição não necessariamente se refere a um corte de cabelo estilo cuenco, e sim a fazer alguma calva próxima à beira da cabeça. Em segundo lugar, vemos que a proibição está especificamente referida a um contexto fúnebre. Isto é, o que está proibido é fazer uma calvície (tonsura) na cabeça como um ato de luto "por uma morte". Em tempos antigos, quando alguém morria seus parentes vivos estavam tão afligidos que cortavam a pele até sangrar e raspavam calvas em suas cabeças.
Ainda que, ao leitor moderno cortar o cabelo possa parecer-lhe um ato estranho de luto, esta era uma prática comum no mundo antigo. De fato, inclusive a Torah permite aos não Israelitas realizar esta depreciável pratica fúnebre em certos contextos. Isto é o que lemos com respeito à mulher Gentil cativa: "Ela rapará a cabeça... ficará em tua casa chorando por seu pai e por sua mãe um mês inteiro" (Devarim/Deuteronômio 21:12-14). Como um ato de misericórdia, a Torah permite às mulheres irreligiosas raspa sua cabeça enquanto se lamentam pela recente morte de seu pai e sua mãe (cf. Dt 20:13-14).
Esta pratica de se fazer calvícies na cabeça também a mencionam os profetas. Assim lemos "Mudarei vossas festas em choro e todos vossos cantares em lamentações; farei que toda cintura vista harpillera (pano de saco) e que se rape toda cabeça (façam calvícies). E voltarei a terra como em pranto pelo filho único, e seu final será como dia amargo". (Amos 8:10) Do mesmo modo lemos:
"Faz-te calva, a cabeça, pelos filhos de teu deleite. Alarga tua calvez como o abutre, porque se te têm ido em cativeiro." (Miquéias 1:16). Estes são só dois dos muitos versículos relacionados com a prática, em tempos antigos, de se fazer calvícies como ato de luto junto com os lamentos, se rasgar a roupa e se vestir de harpillera. Assim quando se nos proíbe em Lev 19 e Dt 14 "não vos fareis incisões nem vos raspareis por causa de um morto" o significado é que não podemos rasurar nossa cabeça nem nenhuma outra parte de nosso corpo como ato de luto ou tristeza. Não há nada no mandamento de Lev 19 que implique que devamos deixar crescer as bordas do cabelo ou margens. A única coisa proibida em Lev 19:27 é barbear-se a cabeça como um ato de luto. Ou que alguém raspe a cabeça por razões estilísticas não suporia proibição alguma em
absoluto.
“Por tanto temos visto que ao Israelita esta proibido fazer cortes em sua carne e rasurar parte de sua cabeça como atos de luto por um morto". Em Lev 21 vemos uma proibição similar que se aplica especificamente aos Kohanim (os descendentes de Aharon). Em Lev 21 aos Kohanim é proibido voltar-se ritualmente impuros por um morto a exceção de seus parentes próximos. Após mencionar a lista de parentes pelos que um Kohen pode se voltar impuro lemos:
"Não se contaminará como qualquer homem de seu povo, se fazendo impuro. Não farão tonsura em sua cabeça, nem cortareis a ponta de sua barba, nem em sua carne farão incisões". (Lev 21:4-5)
O contexto do versículo está explicitamente referido ao relacionado com um morto. Neste caso, aos Kohanim se lhes proíbe várias práticas do luto. Não só lhes proíbe que entrem em contato com os corpos mortos de seus amigos defuntos (vv.1ff.) como também lhes proíbe que se contaminem fazendo calvas em suas cabeças, bem como que barbeiem suas barbas, e cortem sua pele. Vemos aqui que três das proibições de Lev 19 e Dt 14 se repetem em Lev 21. Nos três versículos os contextos implícitos e explícitos são de práticas fúnebres. Todas as pessoas da antiguidade sabiam que alguém que corte a pele ou raspe a cabeça é um ato de luto e são estes atos de lamento os que estão proibidos em Lev 19. Ainda que as conotações de luto nos atos de cortar-se a carne e barbear-se não podem ser óbvios para o leitor moderno, temos visto que a própria Torah bem como os profetas posteriores os consideram como atos característicos de luto junto com o chorar e o se vestir de harpillera. Há de-se notar que o Nazareno faz um voto de não raspar sua cabeça (Nu 6:5). Ao final do período de abstenção, o Nazareno raspa toda sua cabeça, tal nós lemos: "... no dia que se cumpra o tempo de seu Nazareato virá à porta do Tabernáculo de reunião... Então o nazareno rapará sua cabeça consagrada à porta do Tabernáculo da reunião, tomará os cabelos de sua cabeça consagrada e os porá sobre o fogo que está embaixo da oferenda de paz" (Nu 6,13). A razão pela que ao Nazareno se lhe permite raspar toda sua cabeça é porque ele não está o fazendo como um ato de luto. Do mesmo modo lemos em 2Sam 14:26 que todos os anos Absalom, o filho do Rei David, deixava crescer seu cabelo e depois raspava sua cabeça. De novo, este não era um ato de luto e em conseqüência lhe estava permitido raspar a cabeça.
Dado que destruir / raspar a barba é mencionado no contexto dos ritos de luto proibidos em Lev 19 e Lev 21, devemos perguntar-nos também se rapar a barba era um rito do luto proibido? Em outras palavras, a proibição de barbear-se é uma proibição geral para todas as ocasiões ou está exclusivamente proibido como ato de luto ou tristeza?
Talvez a primeira pista com respeito ao barbear da barba de alguém é a purificação ritual do Metsora ou "leproso". Lemos em Lev 14:9: "Ao sétimo dia se barbeará todo o cabelo de sua cabeça, a barba, as sobrancelhas de seus olhos, ou seja, todo seu cabelo; lavará seus vestidos e banhará seu corpo em água, e ficará limpo". Vemos que em certos contextos a uma pessoa se lhe exige raspar a barba e inclusive que é um ato de purificação. Do mesmo modo, lemos sobre a consagração dos Levitas: "Assim farás para purificá-los: Asperge sobre eles a água da expiação e faz passar a navalha por todo seu corpo; eles lavarão seus vestidos e assim ficarão purificados". (Nu 8:7). De novo vemos que o raspar a barba e inclusive todo o cabelo não só está permitido como pode ser um ato de purificação. Por contra, a proibição de Lev 19 recai sobre barbear-se a cabeça ou a barba como atos de luto!
Que raspar a barba era um ato de luto em tempos antigos resulta evidente a partir de muitas passagens Bíblicas. Por exemplo, no Livro de Yarmeyahw/Jeremias lemos sobre um grupo de peregrinos que lamentavam a destruição do Templo: "Chegaram uns homens de Siquem, de Silo e de Samaria. Eram oitenta homens, com a barba rapada, as roupas rasgadas e cheios de sarjas, que em suas mãos traziam oferendas e incenso para levar à casa de YHWH". (Jeremías 41:5). Vemos que estes peregrinos estavam lamentando e em conseqüência rasgaram suas roupas, cortaram a pele, e rasparam suas barbas. Por tanto resulta claro que o raspar a barba junto com o rasgado das vestiduras e se cortar a pele são também atos de luto.
O fato de se barbear era um ato de luto e pode verter nova luz em uma passagem bastante obscura que até agora tem demandado uma explicação. Em 2Sam 9:1-4 lemos que David enviou emissários ao rei de Hanun de Amon para consolar pela morte de seu pai.
Por alguma razão Hanun chegou ao convencimento de que os emissários de David não tinham vindo ao consolar e sim para espiar o território. Em um estranho ato de retribuição ele decidiu cortar a metade de suas barbas e os enviar humilhados de volta a Israel. Lemos deste modo:
"(2) E enviou David a seus servos para que o consolassem por seu pai. Mas quando os servos de David chegaram à terra dos filhos de Amón, os príncipes dos filhos de Amón disseram a Hanún, seu senhor: "Cries talvez que por honrar a teu pai, David te enviou mensageiros a que te consolem? Não te enviou David seus servos para reconhecer a cidade, a inspecionar e a destruir?. “Então Hanún tomou aos servos de David, lhes raspou a metade da barba, cortou-lhes os vestidos ao meio até as nádegas, e despediu-os."
Até agora sempre tinha parecido estranho que Hanun e seus conselheiros suspeitassem dos emissários de David de serem espiões sem aparente justificativa. Inclusive mais estranha ainda resultava sua reação, que depois de descobrir espiãs lhes cortasse a barba. Tendo em conta que os povos antigos raspavam suas barbas como sinal de duelo "pelo morto", fica claro por que os conselheiros de Hanun duvidaram que os emissários de David viessem a lhe dar suas condolências.
Provavelmente Hanun e seus camaradas sentavam-se na corte real com as roupas rasgadas, a pele cortada e as barbas barbeadas. Quando os homens de David chegaram com suas barbas sem barbear, os conselheiros de Hanun supuseram que não tinham vindo a lamentar ao rei morto e sim a espiar o território. Já que se eles realmente tinham vindo a dar suas condolências ao rei eles estariam com suas barbas barbeadas, por tanto, para lhes ensinar respeito pelo morto e os humilhar ao mesmo tempo, Hanun deu ordem de que lhes cortassem a barba ao meio!
Em suma, Lev 19:27-28, Lev 21:4-5, Dt 14:1-2 proíbem 4 atos diferentes de luto. Estes são:
1) Recortar-se uma calva na cabeça como um ato de luto
2) Raspar a barba como um ato de luto
3) Cortar a pele como um ato de luto
4) Escrever na pele como um ato de luto
A inscrição de tatuagens como ato de luto é o ponto mais vazio da lista. Só se menciona uma vez em Lev 19:28 e não volta a ser mencionado no Tanach. Há uma referência a escrever sobre a carne como um ato de dedicação a YHWH (Isa 44:5), mas nunca como um ato de luto. A prática de inscrever o nome de uma pessoa amada falecida ainda perdura até hoje. Esta prática tem chamado a atenção do público recentemente quando se informou que os bombeiros de Nova York e os polícias estavam inscrevendo tatuagens em memória de seus camaradas falecidos.
Traduzido por Baruj Prieto
Ao español

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ONDE ESTÃO OS MORTOS

ONDE ESTÃO OS MORTOS - Parte 1 Por: Autor desconhecido Adaptado Por: Sha’ul Lamunier Ben Yahwdah Teólogo YaHWd Netzari - Graduado pelo CATES - Centro Avançado de Teologia Ensinando de Sião, Filiado ao MJBI – Messianic Jewish Bible Institute e ao NetivYaH Bible instruction Ministry - YaHWshalayim. As escrituras em primeiro lugar Não é possível discorrermos sobre qualquer assunto sem que tenhamos uma compreensão das Sagradas Escrituras em sua forma original, sem as corrupções das traduções. Traduções erradas sempre produzem crenças erradas. Ao longo dos séculos, pessoas e mais pessoas vêm construindo crenças e raciocínios sobre textos traduzidos, com os significados que as palavras possuem em seus idiomas, além das palavras que os tradutores inserem conforme o seu próprio critério e sua própria interpretação. As palavras possuem significados, e o entendimento do significado de cada palavra, tanto no momento de pronunciarmos (ou escrevermos) como no momento de ouvirmo

A CEIA DO SENHOR E O PESSACH NO CONTEXTO RELIGIOSO MODERNO.

( 1492 AC – 2009 DC). PABLO LAMOUNIER AZEVEDO MESQUITA* * Estudioso da teologia judaica messiânica, com interesse tematico nas raizes do judaismo e do cristianismo. INTRODUÇÃO Nas Igrejas em todo o mundo, é costume celebrar a Ceia de Adonai mensalmente e em alguns casos semanalmente, isso varia muito da doutrina litúrgica de cada denominação. Não é preciso aqui citar nomes! Mas estudaremos as diversas práticas. Algumas igrejas evangélicas estabeleceram a ceia no primeiro domingo do mês, em outras, no último, na igreja católica é conhecida como Eucaristia celebrada a cada missa. O texto de apoio usado para a prática está em 1 Coríntios, Capitulo 11, 17-34, mas nem sempre ou nunca se observa o trecho referente à Ceia por inteiro e isso traz um sério problema na sua interpretação. Essa é a forma correta de celebração? Por que as igrejas celebram desta forma? O que dizem as Escrituras a respeito? Ceia e Pessach são a mesma coisa? Adiante buscaremos respostas para essa

יהושע NOSSO MASHIACH יהוה

Por Rav Moshé Yoseph Koniuchowsky Traduzido por: Sha´UL Lamunier BenYahwdah Teólogo YaHWd Netzari - Graduado pelo CATES - Centro Avançado de Teologia Ensinando de Sião, Filiado ao MJBI – Messianic Jewish Bible Institute e ao NetivYaH Bible instruction Ministry - YaHWshalayim. terça-feira, 08 de novembro de 2012 EDIÇÃO EXTRA ESPECIAL יהוה PODE SER ENTENDIDO  O assunto do lugar do Mashiach יהושע no Echad de Israel continua como um dos temas mais candentemente debatidos em nossos dias. No entanto, não tem que ser assim. A Escritura é muito clara quanto ao lugar de יהושע no Pai יהוה , bem como o Ruach HaKódesh e seu lugar em יהוה . E essa é a chave! Eles emanam ambos do Pai יהוה e nenhuma parte de יהוה pode viver aparte do Pai יהוה , já que Ele e somente Ele é a fonte de todo poder e redenção. Aparte do Pai יהוה , יהושע a Palavra de יהוה não existe e não pode fazer nada. A MANIFESTAÇÃO INICIAL DO PAI O propósito deste ensino é mostrar claramente que ambo